A confeiteira por trás do blog
A todos que chegaram aqui, sejam bem vindos! Sintam-se em casa!
Me chamo Priscila, sou Teresopolitana, casada, tenho três filhos, sou empreendedora e criei a Doce Lar Confeitaria em 2023.
Desde muito nova tenho interesse pela culinária em geral, não como uma chef de cozinha, mas como filha, primeiramente, e agora como mãe.
Reunir todos em volta de uma mesa me traz alegria. E uma boa refeição é capaz de unir uma família, mesmo que esta passe o ano todo afastada, mas que acaba se reunindo em um aniversário, Natal ou alguma outra festividade.
A minha parte favorita sempre foi a sobremesa. Sou uma formiga, confesso (risos).
Lembro na infância que minha mãe fazia caça aos ovos na páscoa. Ela que fazia nossos bolos de aniversário e a decoração, porque não tínhamos como comprar.
Lembro também que quando ela ia trabalhar e eu ficava com minha irmã, eu corria para fazer bolo de cenoura ou chocolate, ou brigadeiro, daqueles cheio de pelotinhas que grudam nos dentes, assim que ela saia.
Quando eu tinha uns treze anos, meu avô paterno fez um curso de chocolates da Nestlé. Logo em seguida começou a fazer e vender chocolates para os amigos e conhecidos.
Na sua primeira páscoa ele me chamou para ajudar e claro que topei, qual adolescente não gosta de ter seu próprio dinheirinho, né?!
Logo depois ele abriu uma loja no Shopping Grande Rio, a Serrano Choco Express. Tinha esse nome porque a loja tinha um formato de fábrica, era genial. Saía tudo fresquinho o tempo todo e os clientes podiam acompanhar a fabricação. Nessa época eu ia somente aos finais de semana ajudar a atender no balcão e às vezes ajudava a rechear bombons. Logo meu avô conseguiu contratar equipe e eu não fui mais.
Passaram-se alguns anos, meu avô acabou separando a sociedade com um dos meus tios, e veio para Teresópolis. Aqui a loja chegou com nome de Faz na Hora Chocolate Artesanal. Fica ao lado da FeirArte. A essa altura eu já estava com uns 17 anos aproximadamente.
Meu avô mais uma vez me chamou para trabalhar com ele.
Abrimos no verão, fazíamos casquinhas banhadas no chocolate nobre, para servir com sorvete, e picolé, também banhado na hora. Foi um sucesso!!
Meu avô me ensinou a temperar chocolate, mesmo sem termômetro, fazer trufas, bombons, ovos de páscoa. Aprendi muita coisa.
Após um ano, meu avô acabou fechando a loja em Teresópolis, e abrindo em Itaipava.
Eu terminei o colégio, me formando no ensino técnico, que naquela época tinha opção de ser professora até a 4ª série do fundamental. O plano era ser professora, mas acabei desistindo.
Logo depois de formada comecei a trabalhar em uma loja de chocolate aqui da cidade, mas o trabalho não era bem o que esperava. Estava mais para escravidão. Uma patroa sem noção, me passando serviços que não foram combinados, trocando horários pré-estabelecidos sem aviso prévio, e tendo que cuidar dos netos dela, o que incluía auxiliar as crianças, já com mais de 6 anos, no banheiro. Só fiquei uma semana e avisei que não voltaria mais. Ainda tive que escutar que não conseguiria emprego em lugar nenhum ainda mais pra ganhar mais que lá. Na época o salário mínimo era uns R$300,00.
Lá fui eu, com meus 19 anos e quase nenhuma experiência procurar emprego mais uma vez.
E contei com o QI (quem indica rsrsr). Minha tia, que também é minha madrinha, me indicou para uma colega de trabalho que precisava de babá.
Enviei o currículo, fiz a entrevista e passei (graças a Deus). Comecei no dia seguinte. Trabalhando 4x na semana, das 8h às 12h e ganhando R$180,00.
Alguns meses depois, meu pai me indicou no Hotel que ele trabalhava. Era o tipo de emprego que eu nem pensava na existência. Nunca me passou pela cabeça trabalhar em um hotel.
Mandei o currículo, fiz a entrevista, fiz um teste e treinamento e comecei na semana seguinte. Era para o caixa do restaurante daquele hotel. Ganhava por período trabalhado, o que dava uns R$320,00 por mês, quando tinha feriado dava mais. Eu conseguia conciliar com o emprego de babá. Então foi assim por mais de dois anos. De babá durante a semana e caixa final de semana, e fazia uns bicos de faxineira nas segundas.
Até que um belo dia, surgiu a oportunidade e fui contratada pelo hotel. Comecei como telefonista, depois recepcionista.
E nessa saga eu sempre procurando outras oportunidades, pois não me sentia valorizada lá. Muito trabalho, pouco dinheiro, e tendo que ouvir baixaria. Hotelaria não é fácil, não.
Nessa época, sempre que eu precisava de uma graninha extra, recorria à confeitaria. Fazia bombons, trufas, ovos de páscoa e vendia para os colegas de trabalho, conhecidos, vizinhos, amigos da minha mãe.
Até que um dia, um ex-colega de trabalho disse que em um grande resort da minha cidade estavam precisando de pessoas, pediu que eu mandasse o meu currículo pra ele, que ele ia me indicar para o chefe. Logo depois fui chamada para entrevista e passei. Nessa altura já estava com uns 25 anos.
Entrei como auxiliar, com um mês passei a recepcionista, um tempo depois supervisora, depois supervisora sênior e sempre vendendo um docinho.
Saí de licença maternidade do meu primeiro filho em 2015. Voltei morrendo de medo de ser mandada embora. A gerência toda tinha mudado e achei que eu ia naquela barca, ainda mais uma mulher, voltando de licença. E pra minha surpresa, fui chamada a gerência e me ofereceram o cargo de gerente da recepção. Acreditem meninas, existem empresas boas e que valorizam seus colaboradores, claro, se eles se esforçam né.
Mesmo com esse cargo e um bom aumento, lá estava eu colada com a confeitaria sempre que precisava levantar uma graninha. Comecei a arriscar com brigadeiros e mousses também.
Mas veio a pandemia, e em 2020 o resort fechou. Foi um momento de incerteza, ficamos em casa sem trabalhar, e antes do resort reabrir, precisamos demitir quase metade dos colaboradores. Acho que nunca fiz nada tão difícil na minha vida. Precisamos ir na casa das pessoas para comunicá-las, pois o resort seguia fechado e sem dinheiro entrando em caixa.
Quando finalmente reabriu foi um alívio. Só podíamos operar com 30% da capacidade, mas pra nossa surpresa vendemos os 30% que podíamos. E conforme a prefeitura ia liberando mais, ia vendendo tudo.
Após a pandemia, o resort passou a ficar mais cheio do que nunca, e claro, nosso salário vinha melhor, afinal ganhamos 10% dos clientes, mas em contrapartida, também trabalhava muito mais.
Eu quase não via meu filho, e de repente descobri que estava grávida da minha segunda filha. Não foi planejado, e naquela época eu estava afastada da Igreja e não sabia que DIU é abortivo. Engravidei usando ele, e minha filha é um verdadeiro milagre. Tenho certeza que Deus me enviou essa alma para me ensinar sobre o amor e serviço.
Meu esposo e eu decidimos que eu não voltaria após a licença maternidade. O salário dele seria suficiente para nos manter.
Mas eu não consigo ficar parada, e decidi fazer um canal de receitas no Youtube, que estava indo bem, mas nosso notebook na época queimou, e vários vídeos, já editados foram perdidos, e aquilo me deu um desânimo muito grande. Acabei deixando essa ideia de lado.
E pensando em como trabalhar e ter uma renda extra, confesso, gosto de gastar, me lembrei dos meu dotes culinários, e pensei, porque não abrir um delivery pelo Ifood??
E foi assim que surgiu meu delivery em 2023. Fui com a cara e a coragem, sem entender nada de Ifood e precificação. Grávida da minha terceira filha e com mais uma bebê e meu mais velho.
No começo não vendia quase nada, perdia os produtos porque não sabia a melhor forma de conservá-los. Fui aprendendo na marra. Comecei a fazer vários cursos online, porque não tinha como ser presencial por causa das crianças. Fui estudando e testando receitas.
Aprendi sobre congelamento, me especializei em cookies, estudei confeitaria em geral.
Sai de R$145,00 vendidos no primeiro mês de delivery, para R$2.000,00 com 6 meses. Só no orgânico do Ifood, sem quase postar nada no insta. A data do parto na minha filha foi se aproximando, eu acabei diminuindo o ritmo, e reabri quando ela completou 20 dias de vida.
Foi um recomeço difícil, mas no terceiro mês de reabertura, bati R$4.500,00 pela primeira vez. Foi meu melhor mês em um ano de delivery. Não foi fácil, ainda mais com duas bebês pedindo colo o tempo todo.
Todo o dinheiro que ia entrando eu investia em cursos, material para teste de receita, utensílios e equipamentos.
Mas como as coisas estão difíceis para todos, por aqui também estão. Desde agosto de 2024 tenho percebido uma queda nas vendas. E com o aumento absurdo dos insumos, as pessoas têm gastado menos, ainda mais nessa época, após o natal, férias escolares, IPTU, IPVA, material escolar.
Seguimos tentando nos reinventar aqui, estudando mais, melhorando nossos produtos e buscando novas fontes de renda. E esse blog nasceu do desejo de ajudar outras pessoas a também terem outra fonte de renda.
Vou trazer dicas, receitas, cursos e tudo o que pudermos para ajudar a quem precisa. Aproveite para conhecer nossa seção de promoções, onde indico os utensílios que uso em minha cozinha de casa e delivery, equipamentos, embalagens e insumos!
Conheça meu canal no YouTube, onde teremos muitos vídeos de receitas.
www.youtube.com/@priscilaserafim
Até breve!